Será que sorrimos
apenas porque o outro sorri?
E a tristeza? Como conseguimos
não expressá-la em nossa face? O medo ou a surpresa são expressões que se
confundem?
Um artigo, sem
dúvidas, muito interessante!
.:.
Autores: Deise Maria Leal Fernandes Mendes;
Maria Lucia Seidl-de-Moura (Departamento de Psicologia - Universidade do Estado
do Rio de Janeiro)
.:.
Com o propósito de defender uma perspectiva
sociocultural e evolucionista para a compreensão do sorriso humano e favorecer
a formulação de hipóteses a serem submetidas ao teste empírico, discute-se
neste trabalho a literatura sobre aspectos inatos e adquiridos no sorriso e
suas origens filogenéticas.
Já que os bebês não são capazes de fingir ou
mascarar seus sentimentos, as expressões faciais que exibem são indicadores
confiáveis de seu estado emocional. Porém, expressões de emoções negativas,
como raiva e desconforto, são difíceis de serem eliciadas em bebês nas
pesquisas de desenvolvimento.
O sorriso, não só em bebês, mas também em
adultos, é uma forma de expressão facial amplamente associada, na literatura
científica, à manifestação de afeto positivo e de emoções como prazer e alegria.
Uma das primeiras e mais instigantes questões
a serem enfrentadas no estudo do sorriso é sua origem. Terá o meio Por outro
lado, se inata, pode ser explicada como fruto da filogênese humana? Permanece
invariável desde o seu surgimento ou passa por algum processo de transformação
ao longo da vida dos indivíduos? sociocultural uma atuação direta e
determinante em suas manifestações?
A habilidade para reconhecer emoções nas
expressões faciais parece ser, ao menos em parte, inata. Os
recém-nascidos também parecem dotados, desde muito cedo, da capacidade de
identificar algumas expressões faciais associadas a emoções.
Algumas dessas expressões, como o sorriso,
são consideradas, por Darwin e pelos que se baseiam em suas ideias, inatas e
universais. A argumentação apresentada apoia-se, por um lado, em casos de
pessoas cegas de nascença, para quem seria impossível aprender as expressões
por imitação.
Apesar das evidências relatadas pelos
pesquisadores que defendem o caráter universal e inato das expressões
emocionais, persistem visões antagônicas originárias de parte da Psicologia e
da Antropologia.
Conclusões:
- Na tentativa de se entender melhor as
origens do sorriso, acredita-se que a questão sobre um comportamento ser inato
ou aprendido deve ser deslocada para a indagação a respeito de que fatores herdados
e que fatores provenientes da experiência são determinantes do que está sendo
estudado, e
por meio de que mecanismos é produzido o
comportamento.
- A manifestação de emoções por meio das
expressões faciais pode ser pensada como um atributo humano com uma história
evolutiva, sendo aprimorada pela experiência. É considerada, portanto, produto
da interação de aspetos inatos e socioculturais, sendo esses últimos aprendidos
pela espécie ao longo do tempo e pelos indivíduos em seu contexto
histórico.
- Mais importante do que tentar identificar
se o sorriso é determinado biologicamente ou pela cultura, é procurar entender
a dinâmica da interação entre essas duas forças indissociáveis.
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