Considero a colagem (posicionamento dos acessórios) em Ortodontia uma arte. Mas que, felizmente, pode ser ensinada.
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Autores:
Valéria Fernandes Vianna*, José Nelson Mucha**
* Especialista
em Odontopediatria, UFF, Niterói, RJ, Especialista em Ortodontia pela UFF
** Mestre e Doutor em Ortodontia, Professor Titular de Ortodontia da UFF
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A obtenção de adequada oclusão dentária
constitui um dos principais objetivos do tratamento ortodôntico e, desde longa
data, tem sido definida por inúmeros autores.
Somente a partir da
correta montagem dos acessórios e da manipulação dos dispositivos ortodônticos,
é possível movimentar os dentes e atingir a oclusão normal.
Apesar do desenvolvimento
tecnológico, dos trabalhos publicados e das recomendações dos autores, a
experiência clínica tem demonstrado que posicionar esses acessórios na altura
correta não é tarefa fácil. Pequenas variações no posicionamento dos acessórios
podem comprometer desde o correto posicionamento de um dente e sua integridade
funcional até a distorção de toda uma técnica, comprometendo o resultado.
1) A mesma altura foi
preconizada para o posicionamento dos acessórios ortodônticos de todos os
dentes, com exceção dos incisivos laterais superiores e caninos, superiores e
inferiores.
2) O centro da coroa
clínica é utilizado para o posicionamento dos acessórios ortodônticos.
3) Alturas são determinadas
para cada grupo de dentes, independente das variações anatômicas que possam
existir em cada paciente.
4) As cristas marginais
são utilizadas como parâmetro para o posicionamento vertical dos acessórios
ortodônticos, uma vez que os pontos de contato entre os dentes ocorrem na
altura dessas estruturas.
5) Os segundos pré-molares
inferiores são utilizados como referência para a determinação do posicionamento
vertical dos acessórios dos demais dentes, seguindo-se uma proporção a partir
destes, já que normalmente são os dentes mais curtos do arco dentário.
6) As alturas devem ser
individualizadas de acordo com cada caso e cada dente, e para determinadas maloclusões,
levando-se em conta as variações anatômicas existentes entre os diferentes
indivíduos e entre dentes de um mesmo indivíduo, acreditando-se, portanto, que
a individualização é a melhor maneira para se evitar erros na montagem do
aparelho.
Pretendeu-se neste artigo
sugerir um roteiro para a montagem individualizada do aparelho ortodôntico
fixo. Com o uso do paralelômetro e com a utilização de lapiseira com grafite de
0,3mm, é estabelecida uma linha que representa o centro dos acessórios (centro
dos slots) para os dentes, considerando-se a oclusão obtida no setup.
De posse destas marcações
e com um instrumento de precisão, como um paquímetro digital, medem-se as
distâncias das bordas incisais e das pontas das cúspides. As informações
servirão, portanto, para a futura montagem do aparelho ortodôntico fixo nos
arcos superior e inferior.
(Marcações de alturas no setup)
Este procedimento é
utilizado como auxiliar na montagem de aparelho tanto na técnica de colagem
direta ou indireta, bem como para aparelhos ortodônticos com ou sem
prescrições, pois o princípio é o do centro do slot do acessório a ser colado
ou bandado.
As informações obtidas
através da análise das radiografias, exame clínico e fotografias, também devem
ser consideradas. Nas radiografias panorâmicas e periapicais analisa-se o paralelismo
radicular. As fotografias clínicas servirão como auxiliar e para confirmar as
informações colhidas no exame clínico e dos modelos.
Conclusão
Cabe ao ortodontista unir
seus conhecimentos de anatomia dentária, oclusão normal, estética facial e
dentária, e estratégias de mecânica ortodôntica, para montar os acessórios não
de acordo com uma prescrição já estabelecida, mas sim de acordo com as
necessidades de cada paciente individualmente.
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