quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A redação de um artigo científico: por onde começar?

Esta postagem foi realizada com um texto científico e muito interessante contido no Editorial escrito pelo Prof. David Normando na revista Dental Press Journal of Orthodontics.

Alguns de vocês já tiveram que passar pelo desafio de escrever um artigo científico, talvez este texto possa ajudar! Boa leitura!


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Não é objetivo, nas próximas linhas, transformar o nosso leitor em um escritor contumaz de artigos científicos. A redação científica requer prática, e existem bons cursos para conduzir-nos por atalhos. No entanto, existem alguns conselhos importantes, que repasso pelas experiências que vivo como revisor, editor e, principalmente, como autor.

A boa pesquisa científica começa com uma ideia original, executada por meio de um robusto conjunto de métodos. Diante de uma boa pergunta, a resposta virá de forma mais interessante. Se você encontrou a resposta de maneira confiável, falta apenas uma pequena dose de comunicação eficiente. Já tive contato com excelentes trabalhos que se perderam por uma redação deficiente, como, também, boas redações tentando salvar trabalhos deficientes, o que é mais corriqueiro. O corpo editorial terá mais interesse em corrigir problemas na redação do que deficiências metodológicas.

Por onde começar a redigir? Que tal pelo fim? Sim, pela conclusão. Uma das falhas mais comuns, no meu entendimento, é começar a redação pela introdução. Como apresentaremos algo, se ainda não sabemos o que é? Esse caminho rotineiro decorre, em minha opinião, de tentarmos aproveitar o projeto que deu origem ao estudo, ora em redação. A consequência é uma introdução longa e distante da mensagem principal de seu trabalho: a conclusão. Então, começar pela conclusão incute em sua mente o desenho de um caminho que você deseja descortinar ao seu leitor.

Seguindo, mantenha a conclusão em mente para redigir todo o artigo, mas seja breve e linear. Um dos erros mais comuns na redação científica é ser prolixo, escrever mais do que o necessário, principalmente na introdução. O pesquisador vive intensamente o que faz, dorme e sonha com os objetos de seu experimento ou observação. Por uma inebriante osmose, passa a acreditar que tudo o que escreve é importante. Convém, então, se colocar no lugar do outro, do leitor. Nesse caso, menos é mais. Vivemos na era da comunicação rápida. Textos curtos e palavras certas são mais apropriados. Então, simplesmente, leia e releia o que escreveu e corte, sem medo ou complexo de culpa, tudo que imaginar não ser importante para a compreensão do texto. Muitas revistas científicas de maior impacto na ciência, como a Nature e Science, estão solicitando submissões com um texto bem menor do que nos deparamos na Odontologia. Há um bom motivo.

 Desenhe. Isso mesmo. Faça um traçado estratégico, um esqueleto, de todas as informações que deseja apresentar, e defina a localização de cada item dentro da estrutura do texto. Lembre-se de manter a conclusão em mente. À medida que encontre alguma informação interessante, primeiro pergunte a si mesmo se esse conhecimento é realmente importante para a compreensão do texto. Somente depois da resposta afirmativa e convincente, indique a posição desse questionamento na estrutura do texto.

Dentro da estrutura IMRaD (Introdução, Metodologia, Resultados e Discussão), depois da conclusão, normalmente, passo para os resultados, em seguida, à discussão e ao material e métodos. A introdução será a última parte. Em todos esses capítulos, não tenha receio de cortar gorduras. O pesquisador tem, geralmente, dificuldade de descartar dados de seu experimento que não produziram informação útil, assim como há dificuldade em entender que dar um passo atrás, buscando uma nova informação, pode ser fundamental para o sucesso do estudo. Cortar dados excessivos facilita, sobremaneira, a redação do manuscrito.

Deixe o título para o final. Você pode, até, redigir um título provisório, porém, quando o texto estiver pronto, analise se o título está adequado para informar, principalmente, o que se apresenta na conclusão do estudo. Entenda que o título é o resumo do resumo, porém não o alongue mais do que o necessário. Títulos longos, tal qual textos longos, suscitam o desinteresse do leitor. O título não precisa, necessariamente, comunicar tudo.

Releia o título do presente editorial. Tudo bem, não é uma pesquisa. O editorial tem mais liberdade para devaneios. Mas, analise-o. No texto não há relato, apenas, de como iniciar a redação de um manuscrito. Existem outras informações importantes. É bem provável que se eu as tivesse inserido no título, o nosso começo teria chegado ao fim, já nas primeiras palavras.

David Normando 

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Cirurgião-dentista - UFES
Especialista e Mestre em Ortodontia - UERJ
george@buenoodontologia.com.br


sábado, 25 de janeiro de 2014

Dentcast #5 - Ano Novo, Sorriso Novo

Todo ano é a mesma coisa, começamos com tantas promessas os primeiros dias do ano e com tanta correria que muitas vezes esquecemos de cuidados básicos e especiais como cuidar da saúde bucal! 

Pensando neste grande problema que nos acomete nesta época, eu e o Luiz Rodolfo do Blog Dicas Odonto gravamos mais um episódio do Dentcast - O podcast de dentista para o paciente!

Para ouvir o Dentcast, basta clicar no botão abaixo!



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Caso você queira acompanhar o Dentcast na iTunes Stores, utilize este link: https://itunes.apple.com/us/podcast/dentcast-o-podcast-dentista/id721185917

Ouça os episódios antigos do Dentcast: http://dentcast.podomatic.com/

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Cirurgião-dentista e Ortodontista
george@buenoodontologia.com.br

sábado, 18 de janeiro de 2014

Marketing Digital em Odontologia - George Bueno

Atualização constante: são duas palavras que considero essenciais para qualquer profissional que quer ter sucesso na vida!

Cultivar parcerias, trabalhar com prazer, enfim... são tantas as dicas que escutamos por aí hoje em dia para alcançar a excelência. Nenhuma delas esta certa para todo dentista, e nenhuma está errada para todo dentista. A verdade é que ninguém funciona da mesma forma e a visão especial de uma situação faz toda a diferença.

Você é meu convidado para esta palestra que darei no CIOSP (2014) em parceria com a Dental Cremer, serão poucas vagas!



Por isso, inscreva-se agora: CLIQUE AQUI

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Dr. George Bueno

Cirurgião-dentista e Ortodontista
george@buenoodontologia.com.br

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Entrevista - Prof. Dr. Jonas Capelli Júnior

Começo este post, que traz para vocês a entrevista do Prof. Dr. Jonas Capelli Júnior, com as palavras da Dra Sissy Maria Mendes Machado: 



"A juventude sempre tem um ídolo a ser seguido, seja um astro do rock ou um grande professor. As pessoas, incluindo os grandes mestres, muitas vezes não conseguem visualizar sua influência positiva na formação de seus alunos. Quando ingressei no curso de Especialização em Ortodontia da UERJ, sem noção de Ortodontia, de consultório e nem mesmo de docência, eu precisava de uma luz de orientação. A presença de professores de boa alma e altruístas marcou meu rumo a seguir. Entre esses professores, destaco o Prof. Jonas Capelli Jr. — mestre que apresento nessa entrevista. Sendo ele oriundo da primeira turma desse curso, é sempre espelho para nós. É Diretor do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO) e já recebeu diversos prêmios: entres eles, o prêmio de melhor relato de caso do ano de 2007 publicado no AJO-DO. Possui mais de 60 artigos publicados em revistas cientificas. Portanto, ser coordenador dessa entrevista não poderia ser mais gratificante e cheio de satisfação pessoal, pois sei, com orgulho, que com essa entrevista podemos adquirir uma gama de conhecimentos para nossa prática clínica e científica em nossa amada especialidade, bem como podemos conhecer um pouco desse professor que tem marcado a trajetória de seus alunos e da Ortodontia brasileira, sempre de maneira positiva e inspiradora."

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Trechos da entrevista: 

Em sua concepção, a videografia, tendo como objetivo a captação de imagens faciais dinâmicas, para o diagnóstico e plano de tratamento em Ortodontia, é um método válido? 

A análise facial do sorriso em fotografias padronizadas pode ser utilizada como método auxiliar no diagnóstico e planejamento do tratamento ortodôntico e cirúrgico, permitindo uma avaliação antes e durante o tratamento, assim como pode ser um instrumento confiável para comparações entre o pré- e o pós-tratamento. Entretanto, é importante ressaltar que ela pode ter validade duvidosa, por não representar, necessariamente, o pico de um determinado sorriso. Gravações de vídeo podem fornecer informações mais abrangentes para a avaliação da estética facial.

A crescente percepção entre professores, pesquisadores e clínicos de que a biologia é uma importante parte da prática ortodôntica está refletida na grade curricular dos principais programas de Ortodontia no mundo. Qual a importância de se conhecer a biologia da movimentação dentária para a formação de um ortodontista e para o ortodontista clínico?
Os programas de pós-graduação em Ortodontia sempre privilegiaram a formação e o treinamento nos alicerces da mecânica ortodôntica, haja vista que toda carga horária utilizada é nos simuladores do tipo typodont. No entanto, a clínica ortodôntica se fundamenta em parâmetros mecânicos e biológicos. A abordagem mecânica é suficiente para os tratamentos feitos no typodont;porém, na clínica, é preciso o conhecimento da biologia envolvida. Sou fã entusiasta da definição de mecanotransdução: forças mecânicas aplicadas sobre o dente não são usadas para produzir movimento mecânico, e sim para obter um estímulo biológico capaz de promover reações teciduais, modificando a posição dentária sem danos e com estabilidade13. O exercício clínico dessa definição nos faz questionar alegações como as de tipos de braquetes ou de técnicas que propõem reduções drásticas no tempo de tratamento. Ao ser atingido por uma propaganda ou por uma apresentação desse tipo, começo a raciocinar: isso é capaz de promover um estímulo biológico diferenciado? Se não, onde se fundamenta a hipótese de redução do tempo de tratamento?


Boa leitura: http://www.dentalpress.com.br/portal/entrevista-jonas-capelli-junior/

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Dr. George Bueno

Cirurgião-dentista e Ortodontista
george@buenoodontologia.com.br

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Orto 2014 - SPO

2014 será um ano especial para a Ortodontia!
Programem-se para o Congresso Orto SPO 2014
Ocorrerá de 25 a 27 de setembro e contará com grandes nomes da Ortodontia nacional e internacional:



O evento do ano de 2012 teve muitas surpresas agradáveis! Fiz um post inteiro dedicado sobre ele, na época: 

http://buenoortodontia.blogspot.com.br/2012/10/congresso-spo-orto-2012.html

Nos vemos lá!

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Dr. George Bueno

Cirurgião-dentista e Ortodontista
george@buenoodontologia.com.br
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