sábado, 30 de julho de 2011

Os pacientes estão ficando impacientes e se transformando em clientes cada vez mais exigentes

O mercado, com o tempo, acaba ensinando um pouco sobre como lidar com os clientes. 

Entretanto, se existe uma vasta literatura especializada sobre tal assunto, que não foi abordado nas respectivas Universidades, vejo como solução a leitura desse e o aprendizado constante. 

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Autor: Roberto Caproni (Graduado em Odontologia pela UFMG e em Administração de Empresas. Pós-graduado em Marketing e em Ciências do Comportamento)

Paciente é aquele que tem uma postura passiva, que está disposto a receber de bom grado tudo aquilo que lhe for oferecido. Paciente é aquele que tem você como única opção de escolha!

Onde estão os pacientes no mundo real? Acredito que eles ainda existam apenas nas aulas teóricas das faculdades e na imaginação dos profissionais de saúde. Vamos colocar os pés na realidade: NÃO EXISTEM MAIS PACIENTES! O paciente é uma miragem, uma figura de um passado que não existe mais.

O mundo agora é habitado por clientes cada vez mais exigentes, conscientes do seu poder nas relações de troca. O cliente quer participar, quer ser informado do que está acontecendo à sua volta e, acima de tudo, poder escolher entre você e o outro que o atenda melhor.



Procure oferecer aos seus clientes algo a mais do que um produto clínico tipo  “feijão com arroz”, aprendido nas faculdades de saúde. Tecnicamente em marketing chamamos a este procedimento de “agregar valor ao serviço básico”.

Verifique quais são as variáveis onde você pode atuar. São elas: o Produto, que no nosso caso trata-se de um serviço imaterial e intangível; as Pessoas, que fazem parte do produto; o Ponto, principalmente no que se refere à sua apresentação; o Preço cobrado pelos serviços e a Promoção, que poderia ser melhor entendida como a comunicação entre você e os clientes. Estas são as variáveis controláveis do marketing e será dentro deste universo que você encontrará as respostas que procura.

Clientes satisfeitos com os seus serviços ficam com você e ainda trazem os seus amigos. Clientes insatisfeitos com os seus serviços vão embora e falam mal de você e da organização para seus amigos e conhecidos.

Se você ainda faz parte do grupo que confunde marketing com propaganda, leia mais sobre o tema e tire de sua mente os preconceitos do passado. 

sábado, 23 de julho de 2011

Dentes com lesão periapical crônica diagnosticada e tratada durante o tratamento ortodôntico: quando retomar a aplicação de forças?

Como a histopatologia é importante. Penso sempre que é isso que nos diferencia de qualquer outro profissional menos preparado.

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Autor: Alberto Consolaro (Prof. Titular de Patologia da FOB-USP e da Pós-Graduação na FOB e FORP-USP.)


O termo lesão periapical crônica geralmente é utilizado para identificar lesões inflamatórias crônicas nos tecidos que circundam e se relacionam diretamente com o ápice dentário. Às vezes emprega-se o termo periapicopatia crônica como sinônimo de lesão periapical crônica.

Entre estas lesões periapicais crônicas estão o granuloma periapical, o cisto periodontal apical e o abscesso dentoalveolar crônico.

O abscesso dentoalveolar crônico apresenta-se necessariamente com fístula intra ou extrabucal. O granuloma periapical apresenta-se como lesão radiolúcida delimitada, mas não completa e uniformemente circunscrita (Na figura); raramente atinge dimensões maiores que 1 cm de diâmetro. No cisto periodontal apical esta área radiolúcida tende a ser bem delimitada e circunscrita por uma linha radiopaca definida e normalmente contínua. No abscesso dentoalveolar crônico a área radiolúcida é mal definida e difusa em seus limites com o osso vizinho.



Do granuloma periapical deriva o cisto periodontal apical a partir da proliferação dos restos epiteliais de Malassez normalmente encontrados no ligamento periodontal.

O crescimento do cisto periodontal apical é tão lento que raramente pressiona  os tecidos periodontais dos dentes vizinhos a ponto de comprimir os vasos e matar os cementoblastos que revestem e protegem as raízes.  Uma das características do cisto periodontal apical, à medida que aumenta seu tamanho, implica no deslocamento ou afastamento das raízes dos dentes vizinhos envolvidos, sem induzir reabsorções radiculares radiograficamente detectáveis. Isto ajuda a diferenciá-lo de outras lesões como, por exemplo, o ameloblastoma.

O princípio terapêutico de qualquer doença inflamatória geralmente caracteriza-se pela identificação e eliminação da causa. No caso dos granulomas periapicais com o tratamento endodôntico adequado caracterizado pelo preenchimento do canal radicular e, se possível, dos canais acessórios, haverá a eliminação do agente agressor representado pela microbiota do canal radicular infectado.

Após 30 a 40 dias pode-se considerar a região periapical e apical de dentes com lesões periapicais crônicas tratadas endodonticamente de forma adequada, apta a ser submetida à movimentação ortodôntica. O movimento dentário induzido não induz suficiente desorganização e compressão vascular nesta região a ponto de dificultar o reparo periodontal apical.

Se a regressão da lesão periapical crônica não mostrar sinais de regressão aos 3, 6 e 12 meses depois do tratamento endodôntico isto não deve ser atribuído à movimentação ortodôntica realizada, mas sim aos vários fatores locais envolvidos na taxa de insucesso de tratamento de dentes com necrose pulpar e lesões periapicais crônicas.

sábado, 9 de julho de 2011

O aumento de tecidos moles e duros em um paciente ortodôntico: Relato de caso

Corticotomia é um assunto "novo" que, na verdade, foi revivida pelos irmãos Wilcko em 2001 na Ortodontia. A técnica, modificada por eles, engloba um assunto que interessa muito aos Ortodontistas (e ,quem sabe, mais ainda aos pacientes de hoje): a aceleração da movimentação ortodôntica.


Este artigo mostra apenas uma das indicações possíveis para a Corticotomia. 

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Autor: Fred J. Bonacci (Departamento de Periodontia da Universidade de Boston, Massachusetts)


O movimento dentário ortodôntico pode levar ao desenvolvimento de defeitos em tecidos moles e duros e isso depende do volume ósseo e do posicionamento ideal para os dentes que serão movimentados. Além disso, deiscências ósseas podem ser associadas a raízes volumosas que podem, de certa forma, afetar a espessura do osso alveolar.

Conhecendo o posicionamento esperado ao final da movimentação ortodôntica, Steiner et al, já em 1981, sugeria que o posicionamento dentário era um importante fator relacionado à recessão gengival.

Se o perfil facial é aproximadamente reto e a projeção dos dentes anteriores é realizada, uma significante migração apical do epitélio juncional e redução da altura óssea vestibular são observadas. A conseqüência disso é a migração da margem gengival em sentido apical.

Maynard (1987) sugere que a espessura gengival da gengiva inserida é importante para o tratamento ortodôntico. Wennström et al cita a inflamação gengival causada por acúmulo de placa e a espessura de gengiva inserida como fatores determinantes para o desenvolvimento de recessão gengival.

 Situação clínica inicial


Quando essa situação clínica está presente, duas opções de tratamento podem ser utilizadas:

- A primeira é a regeneração tecidual guiada (GTR) para cobertura gengival, que é defendida por alguns autores. O segredo desse método parece estar na cobertura da região com uma membrana e, também, no enxerto ósseo utilizado conjuntamente.

- A segunda opção de tratamento é realizar um enxerto sub-gengival de tecido conectivo (CTG). A técnica criada por Langer e Langer, modificada por Bruno (1994), utiliza o tecido palatino para o enxerto. O tecido transplantado apresentaria células que promoveriam a ceratinização do tecido mucoso que o revestirá.

Não há consenso na literatura sobre qual é a técnica que traz os melhores resultados.

Uma técnica de regeneração tecidual (ou, quem sabe, de até ganho tecidual) foi desenvolvida por Wilcko et al (2001). A técnica é realizada com o objetivo de ganhar osso em espessura e altura na região de dentes que serão projetados significantemente. Para isso, penetrações são feitas no osso da região onde será realizado o enxerto, que, assim, entraria em contato com um maior fluxo sanguíneo e teria uma capacidade de reorganização celular aumentada.

O objetivo do estudo foi tratar áreas com espessura fina de tecidos moles e com deiscências ósseas através da técnica de regeneração tecidual para tecidos moles e duros, promovendo uma melhora do biótipo gengival, podendo, assim, prevenir uma futura recessão gengival.


Resultados

- O desconforto pós-operatório foi mínimo.
- 2 meses de pós-operatório: o incisivo central ganhou 2 mm de tecido gengival vestibular (aparentemente sem ganho em tecido ceratinizado) e cobertura óssea radicular dos dentes envolvidos no procedimento.
- Um ano de acompanhamento: a cobertura óssea radicular se manteve, assim como o tecido gengival (em altura e espessura).
- Três anos de acompanhamento: aparente estabilidade dos resultados conseguidos, sem a utilização de membrana para recobrir o material enxertado.

3 anos de acompanhamento

domingo, 3 de julho de 2011

Medições em modelos 3D: uma alternativa para os modelos de gesso

A utilização da tomografia computadorizada está tão popularizada. 

Penso que estudos que analisem todas as suas possibilidades são o futuro, ou o presente...

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Autores: Hend Mohammed El-Zanaty, Amr Ragab El-Beialy, Amr Mohammed Abou El-Ezz, Khaled Hazem Attia, Ahmed Ragab El-Bialy, and Yehya Ahmed Mostafaf (Cairo – Egito)


O sucesso no tratamento ortodôntico está relacionado a um extenso diagnóstico e a um plano de tratamento. Modelos de gesso, fotografias, radiografias e exames clínicos promovem informações essenciais para o diagnóstico.

Modelos de estudo são componentes básicos para o diagnóstico, apresentações de casos, planos de tratamento, acompanhamento do progresso do tratamento e manutenção dos registros. Além disso, medidas como overjet, discrepância de modelos, overbite e análise de Bolton são comumente realizados nos modelos de gesso.

Radiografias e fotografias digitais já são utilizadas na documentação do paciente, mas com os modelos digitais isso ainda não acontece. Documentações digitais eliminariam problemas como: armazenamento físico, recuperação e manutenção da documentação. Inclusive, a documentação digital facilita a troca de informações entre colegas.

O objetivo do estudo foi comparar medições realizadas em modelos tridimensionais (virtuais – medidos por meio de um software do Departamento de Engenharia da Universidade do Cairo) com as medições realizadas em modelos de gesso.



Resultados

- Uma concordância excelente foi encontrada entre os dois métodos de medições para as seguintes medidas: comprimento de arco superior e inferior, comprimento de arco superior e inferior, larguras mésio-distais dos dentes superiores e inferiores (no total).

- Para as seguintes medições médio-distais, individualizadas, houve uma concordância considerada pobre: 2PMs superiores dos lados esquerdo e direito, 1MS direito, ICS esquerdo, ICI direito, CI inferior e 1PMI esquerdo.


Conclusões

- Os modelos em 3D trazem alguns benefícios como: eliminar as etapas de moldagens e de recorte dos modelos de gesso tradicionais.

- Será que, com a popularização da tomografia computadorizada cone-beam, a Ortodontia caminha para uma era em que todas as informações de diagnósticos seriam obtidas em apenas uma etapa?

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