domingo, 17 de abril de 2011

Entrevista: Dr. Ricardo Cruz

Sempre me disseram que é importante escolher bem as amizades.  Afinal, estamos sempre abertos às influências do meio em que vivemos.  A vida é mais fácil com bons amigos ao nosso lado.

Para professores? A regra é a mesma.

A entrevista abaixo me foi cedida pelo Ortodontista Gustavo Zanardi, um grande amigo que está finalizando a dissertação do Mestrado (UERJ) na UNC – Universidade da Carolina do Norte. Um futuro brilhante.

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Presidente da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (ABOR), Doutor em Biologia Animal/ Genética pela UnB, Mestre em Ortodontia pela UFRJ, Professor Titular de Ortodontia da UNIP-Brasília, Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO), Presidente eleito do Colégio de Diplomados do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia facial (CDBBO) e Revisor da Dental Press Journal of Orthodontics, um currículo invejável que faz juz a esta entrevista.


Três das perguntas contidas na entrevista! Para incentivar a leitura completa do texto...


Como e onde foi seu início na profissão? 

Assim que me formei comecei a trabalhar no nosso primeiro consultório em Brasília. Tivemos a felicidade de contar com a importantíssima ajuda de nossos pais, que não mediram esforços para montar o melhor consultório que poderíamos ter. Amplo, moderno, bem decorado, bem localizado. Havia apenas uma cadeira, então eu revezava os turnos com meu irmão. Os primeiros pacientes eram amigos e parentes que apenas esperavam nossa formatura para nos procurar. Nos outros períodos estávamos exercendo a profissão em outros locais. Num primeiro momento em clínicas privadas nos arredores de Brasília e depois ambos ingressamos no serviço público federal. Eu diria que comparado com a situação atual, nosso começo foi fácil. Não tivemos que esperar muito para ganharmos nossa independência financeira. 


Como foi sua pós-graduação?

Durante a graduação não tinha certeza ainda da especialidade que iria seguir. Tinha uma afinidade muito grande com a Ortodontia, mas confesso que a Cirurgia e a Prótese também tinham minha simpatia. Trabalhei durante cinco anos com clínica geral, que aliás recomendo para todos os que estão começando, pois só assim, após essa longa vivência clínica, temos maturidade suficiente para decidir a área em que iremos atuar o resto da vida. Em 1991, decidido pela Ortodontia, iniciei meu primeiro curso de pós-graduação em Bauru. Fiz os cursos de Cefalometria, Ortodontia Preventiva e Interceptativa e Typodont, necessários para ingressar no concorrido curso de especialização da FOB-USP. Ia de 15 em 15 dias para Bauru. Eram 900 km de distância de Brasília percorridos ora de ônibus, ora de carro. Ás veze s viajava a noite toda para ter aula na manhã seguinte. Foi um ano puxado e cansativo. Em 1992, estimulado por dois colegas de Brasília, Cláudio Telles e Jorge Faber, que já estudavam no Rio de Janeiro, resolvi prestar o concurso para o famoso curso de Mestrado em Ortodontia da UFRJ. Para minha felicidade passei no primeiro exame e me mudei para o Rio. No início de 1993 já era aluno do primeiro curso de especialização em Ortodontia do país (iniciado em 1960) e também um dos mais concorridos. Lá entrei de cabeça no fascinante mundo da Ortodontia e aprendi muito com grandes mestres como Dr. Carlos Telles, Dr. Alderico Artese, Dr. Orlando  Chevitarese, Dr. Nelson Mucha, Dra. Evangelina Monnerat, Dra Ana Maria Bolognese e Dr. Fernando Brazzale. Um curso de mais de 3000 horas com aulas de segunda a sábado em horário integral. Uma realidade cada vez mais rara, pois o que mais se vê hoje são cursos de 1000 horas dados em módulos mensais de um final de semana. Defendi minha Tese de Mestrado em 1995 e voltei para Brasília, onde havia deixado minha clínica e meu emprego. Chamado pelo meu ex-professor e grande amigo Dante Bresolin, comecei a ajudá-lo na disciplina de Ortodontia da UnB. Um tempo depois, em 2000,  fui chamado para montar a disciplina de Ortodontia na UNIP-Brasília, onde estou até hoje na atividade docente.  Em 2002, movido pela vontade de continuar meus estudos, ingressei no Doutorado em Biologia Animal da Universidade de Brasília, com concentração na área de Genética Humana, onde trabalhei com marcadores moleculares numa tentativa de localizar o (s) gene(s) do prognatismo mandibular. Fizemos um trabalho pioneiro, com a cooperação de duas universidades americanas (Indianápolis e USC). 


Qual foi o marketing que usou para começar? 

Confesso que nunca fui muito adepto de fazer o marketing tal como nós entendemos, com veiculação de anúncios, malas diretas, cartões de aniversário e de natal, out-doors, folders, veiculação de anúncios em jornais e revistas. Sempre achei que esse marketing agressivo na área de saúde não soava bem. Posso estar enganado, mas minha política sempre foi a de que o paciente bem tratado era meu maior marketing. E assim tem sido nesses 24 anos de vida clínica.


Deixe uma sugestão ou mensagem para os mais novos: 

Não se deixem desanimar pelas dificuldades do início da profissão. Trabalhem sério, com afinco e dedicação, respeitando valores como ética e moral, que as coisas acontecem. Não se deixem seduzir pelas promessas de lucro fácil. Preparem-se bem, escolhendo um bom curso de pós-graduação. Não se esqueçam que o seu nome vai estar ligado a esse curso e às pessoas que dele participam para o resto de sua vida profissional. O que você aprender lá será o que você vai fazer na boca do seu paciente e isso vai nivelá-lo com a massa ou distingui-lo profissionalmente. E procurem suas associações de classe. Elas estarão de braços abertos para recebê-los e ajudá-los nesse processo de crescimento. 

Link da entrevista completa (Site da ABOR): http://www.abor.com.br/index2.php?p=1&n_id=136

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