Um desvio da relação cêntrica para a oclusão habitual pode significar a diferença entre extrações e a cirurgia ortognática para o paciente adulto.
Decidir pelos pacientes, muitas vezes, é o nosso trabalho. Que essa decisão, então, seja baseada em evidências ciêntíficas.
Autores: Guilherme JANSON, Carlo MARASSI, Karina Santana CRUZ, José Fernando Castanha HENRIQUES, Marcos Roberto de FREITAS
- Artigo baseado na monografia desenvolvida pelo CD Carlo Marassi como requisito para conclusão do Curso de Especialização em Ortodontia-Ortopedia Facial da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.
Os ortodontistas tradicionalmente têm utilizado o registro de mordida em máxima intercuspidação habitual para articular manualmente os modelos de gesso e juntamente com os dados iniciais do paciente e a telerradiografia também nessa posição, realizar o diagnóstico e plano de tratamento dos casos. Entretanto, atualmente já se reconhece que os pacientes devem ser analisados em RC para revelar as reais discrepâncias dento-esqueléticas nos três planos do espaço para um correto diagnóstico e plano de tratamento. Portanto, muitos ortodontistas estão usando modelos articulados em relação cêntrica, montados em um articulador como um importante ponto de partida para o diagnóstico de seus pacientes.
Isto vem ocorrendo porque modelos montados em articulador podem revelar uma má oclusão completamente diferente do que o mesmo caso observado em máxima intercuspidação habitual. Além do mais, vários autores têm sugerido como um dos objetivos do tratamento ortodôntico, além do correto alinhamento, intercuspidação e movimentos excursivos dos dentes, a recuperação e/ou manutenção da posição assentada ou de relação cêntrica dos côndilos mandibulares, com a finalidade de evitar que os pacientes apresentem o potencial de desenvolver problemas funcionais oclusais ou distúrbios temporomandibulares. Estes autores afirmam que para se terminar os casos com os côndilos bem posicionados é importante levar-se em conta a posição dos mesmos ao início e durante o tratamento.
Em conseqüência desses requisitos para um bom diagnóstico e plano de tratamento, várias são as metodologias recomendadas para sua execução. Com isso, percebe-se que muitos profissionais encontram dificuldades em selecionar a melhor metodologia para aplicar rotineiramente em seus pacientes com o objetivo de lhes proporcionar o melhor tratamento possível, aliado à eficiência clínica. Dessa forma, o presente trabalho tem como finalidade: 1) Revisar e discutir os estudos mais importantes que justifiquem a preocupação de se verificar se os côndilos estão em relação cêntrica ao se fazer o diagnóstico de pacientes candidatos ao tratamento ortodôntico; 2) Apresentar de modo sucinto os procedimentos necessários e um protocolo de abordagem dos pacientes a fim de esclarecer em quais casos está indicado o uso de uma placa miorrelaxante e montagem dos modelos de estudo em articulador e a conversão do cefalograma de MIH para RC.
Conclusões:
1) Todo paciente deve ser submetido a uma análise clínica funcional a fim de identificar aqueles que possuem sinais e sintomas de disfunção temporomandibular ou desvios significativos de RC para MIH.
2) Os pacientes que apresentarem sinais e sintomas de disfunção ou não permitirem uma correta manipulação da mandíbula, devem ser submetidos ao uso de um dispositivo interoclusal a fim de se identificar a verdadeira relação inter-dentária e maxilomandibular quando os côndilos estão bem posicionados na fossa articular.
3) Nos pacientes que apresentarem discrepância entre RC e MIH maior que 2mm, aconselha-se a montagem dos modelos em articulador e conversão do cefalograma a fim de melhor analisar a má oclusão do paciente nos três planos do espaço.
Link do artigo (PDF): http://www.youblisher.com/p/121958-RCxMIH/
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