Corticotomia é um assunto "novo" que, na verdade, foi revivida pelos irmãos Wilcko em 2001 na Ortodontia. A técnica, modificada por eles, engloba um assunto que interessa muito aos Ortodontistas (e ,quem sabe, mais ainda aos pacientes de hoje): a aceleração da movimentação ortodôntica.
Este artigo mostra apenas uma das indicações possíveis para a Corticotomia.
Este artigo mostra apenas uma das indicações possíveis para a Corticotomia.
Autor: Fred J. Bonacci (Departamento de Periodontia da Universidade de Boston, Massachusetts)
O movimento dentário ortodôntico pode levar ao desenvolvimento de defeitos em tecidos moles e duros e isso depende do volume ósseo e do posicionamento ideal para os dentes que serão movimentados. Além disso, deiscências ósseas podem ser associadas a raízes volumosas que podem, de certa forma, afetar a espessura do osso alveolar.
Conhecendo o posicionamento esperado ao final da movimentação ortodôntica, Steiner et al, já em 1981, sugeria que o posicionamento dentário era um importante fator relacionado à recessão gengival.
Se o perfil facial é aproximadamente reto e a projeção dos dentes anteriores é realizada, uma significante migração apical do epitélio juncional e redução da altura óssea vestibular são observadas. A conseqüência disso é a migração da margem gengival em sentido apical.
Maynard (1987) sugere que a espessura gengival da gengiva inserida é importante para o tratamento ortodôntico. Wennström et al cita a inflamação gengival causada por acúmulo de placa e a espessura de gengiva inserida como fatores determinantes para o desenvolvimento de recessão gengival.
Situação clínica inicial
Quando essa situação clínica está presente, duas opções de tratamento podem ser utilizadas:
- A primeira é a regeneração tecidual guiada (GTR) para cobertura gengival, que é defendida por alguns autores. O segredo desse método parece estar na cobertura da região com uma membrana e, também, no enxerto ósseo utilizado conjuntamente.
- A segunda opção de tratamento é realizar um enxerto sub-gengival de tecido conectivo (CTG). A técnica criada por Langer e Langer, modificada por Bruno (1994), utiliza o tecido palatino para o enxerto. O tecido transplantado apresentaria células que promoveriam a ceratinização do tecido mucoso que o revestirá.
Não há consenso na literatura sobre qual é a técnica que traz os melhores resultados.
Uma técnica de regeneração tecidual (ou, quem sabe, de até ganho tecidual) foi desenvolvida por Wilcko et al (2001). A técnica é realizada com o objetivo de ganhar osso em espessura e altura na região de dentes que serão projetados significantemente. Para isso, penetrações são feitas no osso da região onde será realizado o enxerto, que, assim, entraria em contato com um maior fluxo sanguíneo e teria uma capacidade de reorganização celular aumentada.
O objetivo do estudo foi tratar áreas com espessura fina de tecidos moles e com deiscências ósseas através da técnica de regeneração tecidual para tecidos moles e duros, promovendo uma melhora do biótipo gengival, podendo, assim, prevenir uma futura recessão gengival.
Resultados
- O desconforto pós-operatório foi mínimo.
- 2 meses de pós-operatório: o incisivo central ganhou 2 mm de tecido gengival vestibular (aparentemente sem ganho em tecido ceratinizado) e cobertura óssea radicular dos dentes envolvidos no procedimento.
- Um ano de acompanhamento: a cobertura óssea radicular se manteve, assim como o tecido gengival (em altura e espessura).
- Três anos de acompanhamento: aparente estabilidade dos resultados conseguidos, sem a utilização de membrana para recobrir o material enxertado.
3 anos de acompanhamento
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