terça-feira, 7 de junho de 2011

Entrevista - Dr. Jason Cope




  • Graduado em Biologia, Southern Methodist University, Dallas, Texas.
  • Graduado em Odontologia, Baylor College      of Dentistry,   Dallas, Texas.
  • Pós-graduado em   Ortodontia,    Baylor College of Dentistry, Dallas,Texas.
  • Doutor em Biologia Craniofacial, Baylor-TAMUS College of Dentistry, Dallas, Texas.
  • Diplomado    pelo    American Board of Orthodontists.
  • Membro Titular da Edward H. Angle       Society of Orthodontists.
  • Membro Honorário do American College of      Dentists.
  • Professor Clínico Assistente do Departamento de      Ortodontia, TAMUSHSC - Baylor College of Dentistry, Dallas, Texas (1997-2009).
  • Professor Adjunto   Assistente do Departamento de Cirurgia Oral e Maxilofacial e Farmacologia, TAMUSHSC – Baylor College of Dentistry, Dallas, Texas (2005-2009).
  • Professor Adjunto   Assistente do Departamento de Ortodontia, St. Louis University, St. Louis, Missouri.
  • Editor, OrthoTADs: The Clinical Guide and       Atlas,  2007,  Editora Under           Dog Media,   LP, www.UnderDogMedia.us. 
  • Editor, www.CopestheticCE.com
  
Duas perguntas contidas na entrevista (vale a pena ler na íntegra):

Que métodos o senhor usa para garantir a colocação segura dos DATS?

Semelhante à extração de um dente, a colocação de um mini-implante gera duas sensações no paciente: pressão e dor. A pressão é sentida porque o osso é viscoelástico e responde, por meio de expansão, à pressão interna da inserção do mini-implante. Essa expansão faz com que líquidos fluam através dos canalículos ósseos, o que os pacientes percebem como pressão. A dor ocorre se os nervos sensoriais, ou aferentes, forem ativados.

A anatomia interna do osso, ao contrário de sua superfície externa, não é inervada. O estímulo nervoso vem do periósteo, que é ricamente povoado por nervos sensoriais. É por isso que sente-se dor ao quebrar um osso ou ao romper a membrana periosteal. A gengiva, a mucosa, os dentes e o LPD recebem a inervação sensorial (aferente) vinda do nervo trigêmio que, quando ativado, gera a dor. Em vista do exposto, se os tecidos moles e o periósteo podem ser anestesiados sem anestesiar a raiz do dente e o LPD, então o paciente pode ficar totalmente livre da dor e, ao mesmo tempo, reter a sensibilidade e ser capaz de detectar a proximidade do mini-implante durante a inserção, antes que esse contate a raiz do dente. 

É importante lembrar que a expansão óssea durante a inserção do mini-implante fará com que o paciente sinta uma pressão. Logo, cabe ao ortodontista assegurar que o paciente entenda a diferença entre pressão e dor.

Com base no raciocínio biológico, em 2004 comecei a desenvolver um protocolo de colocação do mini-implante com anestesia tópica, usando o Oraqix (Dentsply Pharmaceutical, York, PA, EUA), um anestésico periodontal de grande poder. Após o sucesso obtido nos ensaios clínicos iniciais, o incluímos no protocolo de colocação Cope (Cope Placement Protocol TM), em 2005. Um ano mais tarde, mudei para um anestésico tópico mais forte, o DepBlu (Steven’s Pharmacy, Costa Mesa, CA, EUA), que anestesia profundamente os tecidos moles e o periósteo, sem alcançar as raízes dentárias ou o LPD. Outros vários benefícios podem ser listados, entre eles o fato de o procedimento ser muito mais simples, porque a infiltração local usando injeções é desnecessária e o risco de anestesiar a raiz do dente é muito pequeno. Logo, a possibilidade de atingir a raiz do dente durante a inserção do mini-implante é quase inexistente.

Em cerca de 15% dos casos, o tecido mole tem uma espessura maior do que 2mm. Nesses casos, uso uma seringa pneumática sem agulha Madajet (MADA International, Carlstadt, NJ, EUA). É importante ressaltar, mais uma vez, que esse procedimento só anestesia os tecidos moles e o periósteo.



Alguns artigos descrevem vantagens na colocação dos mini-implantes com uma inclinação em relação ao osso cortical. As mais citadas são o aumento na superfície de contato e a redução do risco de dano à raiz. Por que, em seu protocolo de colocação, o senhor sugere o uso de uma posição perpendicular?

O conceito de “angulação” é, geralmente, defendido por clínicos que usam mini-implantes de pequeno diâmetro, ou seja, de 1,2mm a 1,5mm. Há três razões para se usar            inclinações: A) o ápice do mini-implante fica posicionado entre os ápices das raízes, onde geralmente há mais osso; B) a cabeça do mini-implante fica mais perto do tecido queratinizado; e C) aumenta a área da superfície de contato do mini-implante com o osso (contato osso/implante).
Apesar de parecerem lógicas, discordo dessas razões. Do ponto de vista biomecânico, os DATs são desenhados para controlar a ancoragem e, dessa forma, devem ser colocados, geralmente, no centro de resistência, que não é o ápice dos dentes.

Os DATs devem ser colocados onde são necessários, e não em algum local irracional, tendo como base o medo de atingir uma raiz dentária. Clinicamente, não vejo aumento na irritação dos tecidos moles ou infecções quando a cabeça do mini-implante é colocada na mucosa alveolar. Por fim, os mini-implantes com diâmetro pequeno proporcionam menor superfície de contato, o que aumenta a chance de falharem. Meu mini-implante tem diâmetro de 1,8mm, o que, automaticamente, fornece maior superfície de contato com o osso, sem a necessidade de inclinação.

Finalizando, os implantes dentários convencionais devem ser inclinados? Não, porque têm maior resistência quando carregados paralelamente e perpendicularmente, e não obliquamente, a seus longos eixos. Logo, creio que os mini-implantes devam ser colocados perpendicularmente à superfície óssea.



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